Nirvana e o Bleach: O álbum que mostra o barulho do grunge

                                               


Quando um indivíduo é um bom ouvinte de rock, certamente ele conhece ou pelo menos ouviu falar de uma banda clássica (e improvável) chamada Nirvana. Poderíamos considerar como sendo um dos grupos mais importantes? Claro. E um dos mais reconhecidos? Talvez! Mas e quando se trata do primeiro álbum de estreia no qual trouxe esses caras às primeiras escadas do que viria ser e os faria conhecer da fama? Sim, estamos falando do Bleach que, infelizmente e injustamente, é pouco valorizado por fãs e pelas pessoas em geral, o que para mim, é sem exceções algo injusto. Como já diz o título, aqui vamos falar de uma pérola do grunge que poderia, e deveria, ser vista como realmente merece por sua história, faixas e ainda na sua importância para carreira da banda.

Em 15 de junho de 1989, em nada mais e nada menos que nos EUA, o Bleach foi lançado. Começando pelo fato de que, em seu lançamento, não alcançou as paradas americanas, recebendo assim, mais empenho no sucesso em seu relançamento, em 1992.

Com base no que o próprio Kurt Cobain disse, as músicas em Bleach se adaptaram fortemente e sem medo de exagerar, no gênero apoiado pela Sub Pop, no caso, o grunge. Sabemos que o Nirvana em si, começou com grandes influências do punk ao grunge, um misto dos dois estilos que, na minha opinião, é uma das poucas bandas que conseguiu realizar uma mistura com êxito e sem deixar a desejar. Cobain diz que "havia essa pressão da Sub Pop para cena do grunge para tocar rock", ainda acrescentando, ele diz que sentiu que deveria se adequar às expectativas do som grunge para constituir uma base específica de fãs, uma relação por assim dizer. Então, suprimiu traços artísticos do pop de composição durante a elaboração do disco, podemos dizer que Cobain queria um único foco para as músicas que compõem o álbum. Algo único e inovador no grunge? Na música em si? Posso dizer que sim. Se fizermos uma boa análise do disco, vamos ver o quanto existe uma dedicação em letras que podem (ou não) fazer algum sentido aos olhos de quem ouve. Mas uma coisa é certa: Todo o peso do álbum e em seus riffs, e claro, na rouca voz de Kurt Cobain e seus gemidos gritantes, isso é uma coisa para dar o que falar e que qualquer fã deveria passar algum tempo do seu dia escutando e encontrando seu real, e eu diria até estranho, valor.

Mostrando alguns fatos, o Nirvana começou uma gravação com uma sessão de 24 horas em dezembro de 1988. Três canções do álbum - Floyd The Barber, Paper Cuts e Downer - tinham sido gravadas durante uma sessão anterior no Reciprocal Recording em 1988, com Dale Crover na bateria. Uma curiosidade é que, "Big Long Now" foi omitida do Bleach porque Kurt sentiu que "já havia músicas lentas e pesadas demais em Bleach". As canções de Bleach já foram descritas como "sombrias, claustrofóbicas e liricamente esparsas, Cobain disse que as estruturas das canções eram "udimensionais", e disse, acredito eu que em uma possível ironia, que procurou apresentar um lado mais polido e feliz.

Em uma tentativa de descrever as músicas do Bleach, Cristopher Sandford escreveu, por exemplo, que Paper Cuts inclui uma melodia folk e de ritmo pesado, e Mr. Moustache se dirigiu e se espelhou aos fãs masculinos do Nirvana. Outra curiosidade é que Cobain escreveu "Negative Creep" sobre ele mesmo. Ou seja, quando se perguntar sobre o que acabava se passando na mente problemática de Kurt Cobain sobre si, podemos ir em Bleach e avaliar essa música. Certa vez que traduzi a música, posso dizer que é bastante confusa, mostrando uma pessoa de certa aversão em si mesma com pensamentos nada positivos sobre personalidade, alguém desgostoso. Mas enfim, não vamos entrar nos detalhes do psicológico de Cobain que, para mim, não só um mais significantes do rock é também alguém que insisto em dizer que deve ser considerado alguém no mínimo misteriosamente intrigante.

Falando um pouco sobre os meus gostos em relação ao álbum, minhas faixas favoritas são: Negative Creep, Scoff, Swap Meet e Sifting. Eu poderia destacar minha preferência por Negative Creep pelos sons frenéticos e contagiantes de Cobain, como gemidos angustiados e gritos em cima de um riff repetido. É como se ficasse ecoando no seu ouvido! Negative Creep, em seu começo com acordes de guitarra incessantes e repetitivos, ao meu ver, posso dizer que é como estar extremamente irritado querendo quebrar alguma coisa, como se o mundo estivesse contra você e sua única solução fosse escutar um belo barulho de grunge. Como sendo a minha preferida, dou destaques para ela. Falando de todas as músicas em geral, considero Bleach o meu álbum favorito do Nirvana por causa de todas as faixas, que costumam me trazer várias sensações diferentes. Acredito que se você der uma chance para o disco, será a mesma coisa.

Mas o grande objetivo dessa publicação seria qual? Simples. Apesar de tudo isso comentado, o Bleach não é muitas vezes reconhecido. Poderíamos dizer que é "uma bíblia do punk/grunge" injustiçada. Já outros fãs que sabem diferenciar cada álbum do Nirvana, dizem que o Bleach é uma obra memorável que precisava ser mais escutada e enxergada, o que concordo plenamente. Sua natureza tensa, suas músicas confusas, o clima pesado e um ambiente no mínimo conturbado que o álbum traz são características dele que com certeza, é obra de um roqueiro que só poderia estar em conflitos, e mesmo assim, criar algo que entrasse para história do rock. Afinal, não é porque um álbum não é visto como devia ser que necessariamente ele é ruim, certo? Pelo contrário. Se pararmos pra ver, os melhores álbuns e as músicas que nos fazem pensar ou sentir algo em especial são aqueles desconhecidos ou meio que "jogados no esquecimento". Mas espera, devemos chamá-lo assim? Bleach foi esquecido? Óbvio que não! Com o tempo, ele vendeu merecidamente e é o álbum principal do Sub Pop, passando por gerações e conquistando, como só ele sabe fazer da sua forma, mais fãs dessa banda que marcou o mundo da música.

Bleach é, sem exageros, o álbum que mostra toda a potência e o barulho que a cena grunge pode fazer. Pare alguns minutos, pegue seu fone de ouvido e plugue no seu celular, faça uma busca pelo álbum e entre nesse mundo que Kurt Cobain, Krist Novoselic e Chad Channing nos deram. É um universo barulhento que podemos garantir que todos vão adorar visitar!

                                   
 

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