Dentre todos os incríveis discos dos Beatles, o Revolver é com toda certeza o mais diferente, por diversos motivos. Ainda que odiado ou simplesmente esquecido por muitos fãs, foi genialmente inovador tanto para a época como para a própria banda. Apenas o fato de ser diferente já o torna especial, mas com isso, quase que automaticamente, se vê um certo desprezo, e aquela sensação de que estão fugindo de tudo aquilo que os tornou grandes um dia. Isso acontece com tudo, agradar a todos é uma tarefa impossível, mas seria isso um ponto negativo do Revolver? Certamente que não.
Tendo como uma de suas principais características o psicodelismo, sendo considerado como a entrada da banda no estilo, foi completamente diferente de todos os trabalhos anteriores da banda, chamando assim a atenção dos fãs e da crítica, mas não necessariamente de forma positiva, considerando que para muitos, esse é o pior disco da banda.
Existem traços até mesmo da música oriental no álbum, como em 'Love You To'. Talvez a faixa mais "estranha", mas altamente envolvente.
Esse é de fato um dos discos mais profundos da banda, contendo críticas, tendo como exemplo 'Taxman', onde se sabe que era uma crítica aos altos impostos cobrados na Inglaterra sobre as pessoas mais ricas.
As primeiras referências ao uso de drogas começaram a aparecer nas letras desse disco. Em 'She Said She Said' há uma suposta referência ao uso de LSD, onde é dito "I know what it's like to be dead" (eu sei como é estar morto).
É incrível ver como a banda conseguiu misturar diversos estilos dentro de um único disco. Destacando especialmente os arranjos orquestrados em 'Eleanor Rigby'. A adição da orquestra transforma esda música em algo épico e magnífico, ao mesmo tempo que foge completamente do que se conhecia anteriormente por "Beatles", apesar de ter se tornado comum nos próximos trabalhos da banda.
A bateria de Ringo Starr brilhou ainda mais durante todo o álbum, mais do que a grande maioria dos discos da banda, e isso o tornou ainda mais pesado, o que convenhamos, nunca foi muito comum nos Beatles.
Apesar de ter sido um grande sucesso na época e ter atingido com força as paradas britânicas e americanas, o seu lado diferente falou mais alto do que toda sua maestria, e não demorou muito para o álbum ser deixado um pouco de lado quando comparado a qualquer outro. Mas nada disso altera o quão incrível é esse disco, tanto por sua inovação quanto por seu som exorbitantemente viciante e confortável, até mesmo para quem não gosta de Rock.
Dois grandes hits estão nele, e são 'Eleanor Rigby' e 'Yellow Submarine'. A segunda é mais emblemática, viajou pelo tempo e é um sucesso até hoje. A primeira foi um maior sucesso antigamente, mas não é o referencial do disco, hoje em dia.
Mais do que um grande disco desprezado, uma relíquia do passado que representa o início do estilo psicodélico, marca de diversas bandas dos anos 1960 e 70, que para variar, teve início e ganhou fama com os Beatles. Vale muito decicar apenas meia hora do dia para escutar por inteiro o Revolver e descobrir um lado bem diferente dos Beatles.
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